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domingo, dezembro 05, 2010

Dançar é bom e eu gosto!!!

(a frase título do post está escrita em uma faixa de cabelo que eu usava para envolver meu coque quando ia para as aulas de ballet)
A Bailarina

Um, dois três e quatro
Dobro a perna e dou um salto
Viro e me viro ao revés
e se eu cair conto até dez

Depois essa lenga-lenga
toda recomeça
puxa-vida, ora essa
vivo na ponta dos pés
(...)
http://www.vagalume.com.br/lucinha-lins/a-bailarina.html#ixzz17F0mloSh
 
Ahhh, dançar... não podemos voar... mas podemos saltar...
Mover cada centímetro do corpo com movimentos rápidos, lentos, altos, baixos, saltitantes, pontuais, torcidos, uma infinidade... quando acho que já fiz de tudo, descubro o pouco de movimentos que já descobri...
Além de comer e andar de bicicleta, dançar é outra coisa que está na minha prateleira do que eu amo fazer.
Não vou mentir, às vezes é bem estressante... bailarina sofre. A gente se machuca... fica sensível, começa a chorar no meio do ensaio... ainda mais quando erra aquilo que vem treinando meses a fio pra chegar próximo à perfeição (digo próximo, pois nada é 100% perfeito, mas o que seria da vida sem os defeitos? Acho que seria bem chata... pois todos seriam a mesma coisa e não seria possível as pessoas se completarem nas suas qualidades...).
Quando eu estou triste, nervosa, angustiada ou o dia foi simplesmente uma droga, eu faço o possível para descarregar tudo nos sapateados... bater os pés no chão com força e vontade. Cada gota de suor que escorre pelo meu rosto  dá sensação de trabalho bem feito. Naquele momento, SOU eu, sinto-me viva.
A mesma coisa valia para o ballet... depois de muito tempo praticando, quase doze anos, aprendi a dançar com o coração. Para me divertir.
Hoje no ensaio, ouvi isso: a dança está acompanhada da alegria. O que me fez pensar: realmente, dançar me faz muito feliz!
Um dia, estava assistindo ao 15 minutos com o Marcelo Adnet, o tema era dança, tudo bem, era pra tirar um sarro, mas no final ele disse: "A dança aproxima/ a dança afasta". A dança aproxima, pois ao fazer coreografias em grupo devemos resgatar a coletividade, ter espírito de equipe, aquele "EU PRECISO DE VOCÊ" para que as coisas deem certo, respeitar o espaço do outro... é como viver em sociedade, não somos uma ilha.
A dança pode afastar os sentimentos ruins: a dor de um amor perdido, incertezas... não é que esses sentimentos vão simplesmente sumir, mas ao dançar eu sinto que é possível canalizar esse turbilhão de emoções e organizá-lo melhor.
Uma das minhas maiores alegrias desse ano foi competir dançando, e ainda com algo que eu havia começado a praticar apenas quatro meses antes: Sapateado Irlandês.
Desde os 10 anos eu sou apaixonada por essa modalidade, queria ter visto Lord of the Dance quando eles vieram pro Brasil, mas não deu ...$$... e desde então eu vinha procurando um lugar onde eu pudesse ter aulas e, dez anos de procura depois, encontrei!!!
Comecei com o adulto iniciante, mas acredito que mostrei um bom serviço e fui colocada para treinar a coreografia da competição na turma das intermediárias e avançadas. Que satisfação!
E eu ensaiei! Como ensaiei! E às vezes eu me sentia muito mal porque eu demorava um pouco para pegar os passos e as outras meninas fazem isso há uns 10 anos! E elas já sabiam a coreografia (vale dizer, super rápida). Mas eu pensei "eu posso, eu consigo, eu faço" e aprendi tudo em duas semanas, chegando em casa com as pernas bambas e ainda arrumando forças para ensaiar na minha sala. E mais um sonho se realizou pra mim!


2 comentários:

Glenda disse...

"Toda criança conhece Deus
não o Deus dos nomes
não o Deus dos nãos
mas o Deus que conhece apenas três palavras
e continua repetindo-as, dizendo:
“Venham dançar comigo.
Venham dançar comigo.”

(Hafiz, poeta persa do século 14)

Acho que nesse momento, esse poema abrange tudo o que eu sinto...

beijão querida mia!

Jonni disse...

Pena que não poderei presenciar ao vivo o resultado de tanto esforço e dedicação. Mas sei de sua capacidade, perseverança e amor naquilo que faz. Bons fluídos para você mocinha! Um beijo no coração!