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domingo, julho 31, 2011

São Paulo: cidade Furacão!

É muito bom se permitir ser turista na sua própria cidade. São Paulo esconde coisas incríveis, principalmente na sua região central cheia de monumentos históricos, museus, centros culturais, galerias... e dá pra ir muito fácil de um lugar para o outro a pé.
Resolvi dar uma passadinha na Galeria do Rock após comprar meu ingresso para assistir ao Chilemonos (apresentação especial do Anima Mundi 2011 com curtas produzidos no Chile). Lá é um lugar onde se expressam muitas tendências urbanas: camisetas com estampas divertidas, piercings, acessórios lindos e divertidos, muitas pessoas tatuadas e locais para fazer a sua arte corporal, CDs, DVDs, LPs, canecas, toy arts. E quem acha que é só lugar de roqueiro Heavy Metal está muito enganado! Tem muita coisa para patricinhas, Geeks, skatistas, etc, etc, etc...
Por um acaso do destino, fiquei sabendo que a Cia Artesãos do Corpo iria se apresentar no Páteo do Colégio e fui correndo pra lá. Engraçado ver os transeuntes passando no meio da apresentação de dança-teatro e só depois de um tempo perceberem o que estava acontecendo ou nem isso. Olhares de estranhamento, distraídos e a cidade em movimento...
Ao lado, numa das travessas da Rua 15 de Novembro, a caminho do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), um Michael Jackson cover tentando ganhar a vida assim como o professor de matemática dando aulas ao ar livre com a voz ecoando pelo microfone compondo uma sinfonia estranha junto a música pop. É a sinfonia da cidade, estranha, louca, muitas vezes irritante, muitas vezes encantadora...
Por fim, o festival de animação.
No dia seguinte, uma volta pela delicada, tradicional e boêmia Vila Madalena com direito a empanadas e ao melhor pão de queijo da cidade intercalados por locais com arte expressa por meio de desenhos, roupas, gastronomia, acessórios... isso tudo depois de uma visitinha a feira de orgânicos no Parque da Água Branca. Lugar calmo, ótimo para apreciar variedades de hortifrutis e aprender coisas da terra...
E o dia acabou em bar com amigos de longa data, reencontros e conversas.

Beco do Batman - Vila Madalena

quinta-feira, julho 14, 2011

Colecionadora de Crepúsculos

Nenhum pôr-do-sol é igual ao outro. Nem as alvoradas...
Comecei a dar mais atenção pra isso em 2008, conversando com um colega meu da licenciatura em geografia (na época que resolvi me aventurar por esta área, antes de optar pela nutrição), o Leandro. Ele disse que se havia uma coisa que ele fazia questão de observar era os pôres-do-sol; era uma hora do dia que ele parava e dedicava a essa contemplação.
Pensei com meus botões: ele tem razão.
Mas ainda assim não causou nenhuma grande mudança...
Em 2009, quando ingressei em nutrição e passei a viver numa cidade litorânea, ficou mais fácil de observá-los. Interessei-me ainda mais quando comecei a estudar A História da Alimentação no Brasil de Luís da Câmara Cascudo, grande folclorista e etnógrafo brasileiro, que não gostava de ser visto como tal, e assisti a uma peça de teatro, "Colecionador de Crepúsculos", que contava sobre sua vida e eu descobri que ele também era um grande apreciador dos pôres-do-sol.
Aí a minha brincadeira começou...
Abaixo o último pôr-do-sol que capturei pelas lentes da câmera do meu pai:


11/07/2011
Cair da tarde em São Paulo, Rodovia Presidente Dutra

Outros Crepúsculos







quarta-feira, julho 13, 2011

Ovos

Nesse último semestre fui monitora do Módulo Alimentação no Contexto Sócio-Histórico Cultural, no qual a forma de avaliação é a confecção de um portfólio com vivências, gostos e algumas tarefas obrigatórias.
Ler alguns deles me inspirou e fez com que minhas memórias voltassem a me visitar e senti-me muito inclinada a escrevê-las aqui.
As duas tem a ver com um alimento muito presente nas cozinhas: o ovo. É tão simples quanto versátil e de uns tempos pra cá vim testando muitas formas de preparar omeletes, ovos mexidos e suflês ainda mais porque convivi muito com uma pessoa, muito especial e a quem admiro muito, que sempre me disse ser o ovo o alimento mais perfeito do mundo!

Memória nº 1:


Avó, bolo e três ovos inteiros
Não lembro ao certo quantos anos eu tinha, se 3, 4 ou 5. Estava na casa da minha avó materna, com quem passava a maior parte do tempo já que papai e mamãe sempre trabalharam o dia inteiro. Eu costumava ficar no quarto dos meus avós, deitada na cama de casal deles vendo TV.
Um dia minha avó disse: "Eu vou fazer um bolo" e eu, muito solícita, disse: "Quero ajudar".
Fui até a cozinha, minha avó colocou uma cadeira próxima a pia, onde estavam dispostos os ingredientes e utensílios, para eu subir e conseguir alcançá-los. Então, ela começou a ler a receita: "1 xícara de farinha de trigo"; e eu ia colocando... "leite"... "3 ovos inteiros"... "plof, ploft, ploft". Lembro até hoje do barulho dos ovos aterrissando com casca e tudo na tigela com farinha e minha avó dando risada! Minha mente infantil não conseguia compreender qual era a graça e quando a história se espalhou pela família causando mais risos eu ficava um pouco chateada. Não gostava de ser motivo de piada.
E, por muito tempo, ficava incomodada quando minha mãe contava para mais pessoas, ainda mais se não fossem daquele núcleo familiar! 
Mas hoje, percebendo o modo literal de funcionar o raciocínio de criança, percebo que o que é engraçado é a surpresa do adulto ao constatar: Nossa, também existe essa interpretação! (para algo tão naturalizado) e esta se tornou uma lembrança gostosa.


Memória 2


Ovos com bacon
Agora, pensando em ovos, lembro-me também quando meu pai fazia ovos com bacon de café da manhã aos finais de semana. Hummmm, delícia! Muita gente me chama de maluca por eu gostar de comer isso no café da manhã às vezes, e só agora me dou conta de que muito desse gosto vem do meu pai. 
Acordávamos todos cedo, mesmo aos sábados e domingos! 8h e todo mundo já havia tomado café! A luz do sol iluminando a mesa posta e minha mãe sempre perguntava se eu iria querer os ovos ou não. E às vezes dava briga com meu pai porque ele pegava a maior parte =P. Quando era minha mãe que preparava, ela ainda colocava alho e ficava melhor ainda!
Minha parte favorita do ovo sempre foi a gema, quando pequena achava a clara muito sem gosto, mas com alho e bacon ficava bem comestível! Mas quando alguma clara ficava esquecida no meu prato, sobrava pro meu pai...
E há todo o ritual de comer os ovos com bacon, aliás, de preparar também. Porque os pedaços de bacon não são em tiras grandes, são pedacinhos pequenininhos espalhados por todo o ovo, assim como o alho, que não é espremido, é cortado em tiras bem fininhas, também. A gema, apesar de todos os alertas sobre a Salmonella sp, é mole.
Para comer, quase sempre o pão francês (na falta deste, pão de forma, fazer o que...) cortado com as mãos e molhado na gema, primeiro estourando aquela fina película que a envolve, deixando o líquido amarelo viscoso tomar conta da parte branca. Quando a parte mole da gema acaba e resta aquele pedaço que já havia começado a enrijecer, é hora de colocar tudo no pão com manteiga, fazendo um sanduíche.
Aprendi com meu pai...

Hoje, o ovo é ator principal no palco que é o meu prato, muitas vezes acompanhado de queijo padrão, tomate, sem faltar orégano! Este é omelete, mas também faz suas vezes cozido e até assado em forma de suflê com coisas como ramas de cenoura refogada dentro.
O ovo é acompanhado, mas nessas refeições universitárias, tantas são solitárias.

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Já ia me esquecendo:
FELIZ DIA MUNDIAL DO ROCK!



terça-feira, julho 12, 2011

Legumes e Brigadeiro

Parece até uma paródia do Chocolate & Zucchini, mas foi o que aconteceu hoje.
Estava na companhia de duas meninas super poderosas. Havíamos atividades para realizar, então nos reunimos na casa de uma delas e como o serviço era longo, passamos o dia todo juntas. Logo, almoçamos também.
O prato do dia: mix de legumes (abobrinha, beterraba, cenoura), dentes de alho e queijo gorgonzola assados (receita da super poderosa mestre realizada pela super poderosa orientadora hehe). Hummmm, delícia!
E de sobremesa:
Brigadeiro de panela (1 e 1/2 colher de sopa de pó de cacau orgânico misturado com 1 colher de sopa de manteiga, acrescido de leite condensado, toque de baunilha e pimenta da jamaica) feito pela super poderosa aprendiz (eu), mas a ideia de colocar pimenta e baunilha foi da super poderosa orientadora!

Saboreamos tudo e nos deleitamos comendo o brigadeiro com colher sentadas no tapete, como crianças brincando de casinha! Que momento gostoso!

segunda-feira, julho 04, 2011

Foto e trecho

Alvorada


Trecho do livro "A Magia de Holy Wood", de Terry Pratchett, Coleção Discworld. Título original: Moving Pictures
Pág. 149
[...]
- É sempre bom saber o que quer - comentou Victor num tom diplomático.
- Sabe qual é a maior tragédia no mundo todo? - perguntou Ginger, sem prestar atenção nele. - São todas essas pessoas que nunca descobrem o que realmente querem fazer ou no que são realmente boas. São todos os filhos que se tornam ferreiros porque seus pais são ferreiros. Todas as pessoas que poderiam ter sido flautistas fantásticas, mas envelhecem sem nunca ter visto um instrumento musical e acabam se tornando péssimas agricultoras. Todas as pessoas com talentos que nem sequer descobrem que os têm. Talvez nunca nasçam numa época em que seja possível descobrir.
Elas respirou fundo.
- São todas as pessoas que nunca chegam a saber o que realmente podem ser. São todas as chances desperdiçadas. Bom, Holy Wood é a minha chance, entende? Esta é a minha hora!