Nesse último semestre fui monitora do Módulo Alimentação no Contexto Sócio-Histórico Cultural, no qual a forma de avaliação é a confecção de um portfólio com vivências, gostos e algumas tarefas obrigatórias.
Ler alguns deles me inspirou e fez com que minhas memórias voltassem a me visitar e senti-me muito inclinada a escrevê-las aqui.
As duas tem a ver com um alimento muito presente nas cozinhas: o ovo. É tão simples quanto versátil e de uns tempos pra cá vim testando muitas formas de preparar omeletes, ovos mexidos e suflês ainda mais porque convivi muito com uma pessoa, muito especial e a quem admiro muito, que sempre me disse ser o ovo o alimento mais perfeito do mundo!
Memória nº 1:
Avó, bolo e três ovos inteiros
Não lembro ao certo quantos anos eu tinha, se 3, 4 ou 5. Estava na casa da minha avó materna, com quem passava a maior parte do tempo já que papai e mamãe sempre trabalharam o dia inteiro. Eu costumava ficar no quarto dos meus avós, deitada na cama de casal deles vendo TV.
Um dia minha avó disse: "Eu vou fazer um bolo" e eu, muito solícita, disse: "Quero ajudar".
Fui até a cozinha, minha avó colocou uma cadeira próxima a pia, onde estavam dispostos os ingredientes e utensílios, para eu subir e conseguir alcançá-los. Então, ela começou a ler a receita: "1 xícara de farinha de trigo"; e eu ia colocando... "leite"... "3 ovos inteiros"... "plof, ploft, ploft". Lembro até hoje do barulho dos ovos aterrissando com casca e tudo na tigela com farinha e minha avó dando risada! Minha mente infantil não conseguia compreender qual era a graça e quando a história se espalhou pela família causando mais risos eu ficava um pouco chateada. Não gostava de ser motivo de piada.
E, por muito tempo, ficava incomodada quando minha mãe contava para mais pessoas, ainda mais se não fossem daquele núcleo familiar!
Mas hoje, percebendo o modo literal de funcionar o raciocínio de criança, percebo que o que é engraçado é a surpresa do adulto ao constatar: Nossa, também existe essa interpretação! (para algo tão naturalizado) e esta se tornou uma lembrança gostosa.
Memória 2
Agora, pensando em ovos, lembro-me também quando meu pai fazia ovos com bacon de café da manhã aos finais de semana. Hummmm, delícia! Muita gente me chama de maluca por eu gostar de comer isso no café da manhã às vezes, e só agora me dou conta de que muito desse gosto vem do meu pai.
Acordávamos todos cedo, mesmo aos sábados e domingos! 8h e todo mundo já havia tomado café! A luz do sol iluminando a mesa posta e minha mãe sempre perguntava se eu iria querer os ovos ou não. E às vezes dava briga com meu pai porque ele pegava a maior parte =P. Quando era minha mãe que preparava, ela ainda colocava alho e ficava melhor ainda!
Minha parte favorita do ovo sempre foi a gema, quando pequena achava a clara muito sem gosto, mas com alho e bacon ficava bem comestível! Mas quando alguma clara ficava esquecida no meu prato, sobrava pro meu pai...
E há todo o ritual de comer os ovos com bacon, aliás, de preparar também. Porque os pedaços de bacon não são em tiras grandes, são pedacinhos pequenininhos espalhados por todo o ovo, assim como o alho, que não é espremido, é cortado em tiras bem fininhas, também. A gema, apesar de todos os alertas sobre a Salmonella sp, é mole.
Para comer, quase sempre o pão francês (na falta deste, pão de forma, fazer o que...) cortado com as mãos e molhado na gema, primeiro estourando aquela fina película que a envolve, deixando o líquido amarelo viscoso tomar conta da parte branca. Quando a parte mole da gema acaba e resta aquele pedaço que já havia começado a enrijecer, é hora de colocar tudo no pão com manteiga, fazendo um sanduíche.
Aprendi com meu pai...
Hoje, o ovo é ator principal no palco que é o meu prato, muitas vezes acompanhado de queijo padrão, tomate, sem faltar orégano! Este é omelete, mas também faz suas vezes cozido e até assado em forma de suflê com coisas como ramas de cenoura refogada dentro.
O ovo é acompanhado, mas nessas refeições universitárias, tantas são solitárias.
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Já ia me esquecendo:
Para comer, quase sempre o pão francês (na falta deste, pão de forma, fazer o que...) cortado com as mãos e molhado na gema, primeiro estourando aquela fina película que a envolve, deixando o líquido amarelo viscoso tomar conta da parte branca. Quando a parte mole da gema acaba e resta aquele pedaço que já havia começado a enrijecer, é hora de colocar tudo no pão com manteiga, fazendo um sanduíche.
Aprendi com meu pai...
Hoje, o ovo é ator principal no palco que é o meu prato, muitas vezes acompanhado de queijo padrão, tomate, sem faltar orégano! Este é omelete, mas também faz suas vezes cozido e até assado em forma de suflê com coisas como ramas de cenoura refogada dentro.
O ovo é acompanhado, mas nessas refeições universitárias, tantas são solitárias.
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Já ia me esquecendo:
FELIZ DIA MUNDIAL DO ROCK!
Um comentário:
Ovo é o alimento mais perfeito que existe! Um beijo de alguém que muito te admira!
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